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aprender linguagem de programação

Um novo “idioma” para você aprender: linguagem de programação

Você está avançando no seu curso de inglês, espanhol ou francês e em breve vai finalizar os estudos, obter um certificado internacional e exibir suas habilidades em língua estrangeira para o mundo. Missão cumprida no quesito linguagens, certo? Errado. Já é um consenso entre uma parcela de educadores, ativistas, líderes políticos e outros setores de influência que, no século XXI, saber ler, escrever e falar uma língua estrangeira não basta quando falamos de habilidades de comunicação.

Em um mundo no qual computadores, celulares e tablets se tornaram tão onipresentes quanto as pessoas e até extensões do nosso corpo (você já parou pra pensar quantas horas do seu dia gasta tocando um teclado de computador ou segurando seu celular?), é imperativo saber se comunicar com as máquinas e só há uma maneira de fazê-lo: aprender linguagem de programação para falar a mesma língua desses gadgets. A alfabetização digital vale para qualquer um, inclusive para quem nem sonha em se aventurar pela ciência da computação e áreas correlatas, pelo simples fato de que hoje a tecnologia impacta todos os setores da sociedade.

Steve Jobs, vanguardista que sempre foi, já defendia essa ideia em 1995. Em uma entrevista gravada para um documentário e que acabou sendo lançada anos mais tarde, ele afirma que “todas as pessoas deveriam aprender a programar um computador porque isso te ensina a pensar”.

Mitchel Resnick, diretor do Lifelong Kindergarten, do MIT Media Lab, especializado em novas experiências de aprendizagem, sugere que saber programar é a habilidade chave deste século e usa uma metáfora interessante para sustentar a tese de Jobs, de que a programação deve ser aprendida por qualquer pessoa, mesmo aquelas que não pretendem se tornar profissionais na área: todos consideram fundamental que uma criança saiba ler e escrever, mesmo que no futuro ela não se torne uma escritora ou jornalista – profissões que exigem domínio da escrita. Segundo Resnick, a mesma lógica deve ser aplicada hoje ao aprendizado da programação.

Uma política de Estado

Há nações que já entenderam essa nova demanda e incluíram a programação no ensino básico. No Reino Unido, desde 2014 o currículo nacional de ensino foi modificado para incorporar o ensino da linguagem de programação. A grade vale para a escola primária e é aplicada nas salas de aula com alunos de 5 a 14 anos.

Entre os cinco e seis anos, as crianças recebem lições básicas sobre o conceito de algoritmos. Isso irá torná-las capazes de desenvolver sozinhas códigos bem simples. Entre os sete e os 11 anos, gradativamente os alunos aprendem a desenvolver programas com funções específicas e também a lidar com bases de dados. Dos 11 aos 14 anos, os estudantes aprendem a usar ao menos duas linguagens de programação, a trabalhar com números binários e a entender como hardware e software operam em conjunto.

Há também ONGs que atuam mundialmente para tornar acessível o ensino de ciência da computação e de programação para crianças e jovens. A Code.org e Eu Posso Programar, por exemplo, oferecem mutirões online e presenciais com aulas de programação, em muitos dos casos focando em populações desfavorecidas e minorias. A propósito, ninguém menos que Barack Obama gravou um depoimento em apoio às atividades da Code.org, convocando meninas e meninos a aprenderem a linguagem de códigos – ouça o que Obama disse e aproveite para treinar seu inglês:

Qual linguagem de programação aprender?

Python, C++, Java, Delphi, Ruby… Assim como os idiomas falados em diferentes culturas, as linguagens de programação existem em profusão. Escolher quais delas você vai aprender vai depender das suas motivações e aspirações.

Por que e para quê você quer aprender a programar? Para se tornar um programador? Objetive-C e C# podem ser uma opção, ainda que os programadores tendam a relativizar ou até mesmo divergir sobre qual deveria ser a linguagem ideal para iniciantes.

Para melhorar o currículo e se tornar um profissional diferenciado? Quem atua na área de comunicação pode aprender PHP, HTML e Java, linguagens usadas para a criação de sites, por exemplo. Já Visual Basic, C# e Python podem ser úteis para engenheiros civis.

Para desenvolver novas habilidades? A lógica de programação pode ajudar a aprimorar o raciocínio e trabalhar na solução de problemas.

Onde aprender a programar?

Há uma oferta grande de ferramentas e cursos online que ensinam gratuitamente diferentes linguagens de programação. Além dos dois projetos citados anteriormente neste artigo, você pode tentar também:

Blockly

O Blockly é um projeto do Google ensina JavaScript, Python, PHP, Lua e Dart de uma forma extremamente lúdica. Os códigos e sua sintaxe são representados através de blocos multicoloridos e interconectados. Você aprende a usar a sintaxe correta como se estivesse montando um quebra-cabeça.

Codecademy

Também apostando na interatividade, o Codecademy oferece mais de 20 cursos, desde linguagens mais específicas até lições para trabalhar com bancos de dados e para construir sites.

Coursera

A plataforma de e-learning tem cursos oferecidos por algumas das mais renomadas universidades do mundo em diversas áreas do conhecimento. Na Ciência da Computação, há cursos voltados para linguagens determinadas, como Python, e também para projetos mais específicos, como criação de sites e aplicativos.

E você, está pronto(a) para começar a falar a língua dos computadores?