Não importa se você acabou de começar o seu curso de língua estrangeira ou se já avançou alguns níveis. Em algum momento (ou em vários!) aquela pergunta vem martelar na sua cabeça: vai demorar muito para eu entender e falar inglês/francês/espanhol? Pois então paciência, pois ainda não é possível responder de maneira definitiva quanto tempo leva para aprender um idioma.

De fato, há um tempo médio de aprendizado estipulado por linguistas. É com referência nele, inclusive, que cursos de idiomas e livros didáticos são normalmente estruturados. Mas esse tempo médio é variável conforme o contexto de aprendizado de cada aluno. Dito de maneira mais simples, existe a teoria e a prática.

Quanto tempo leva para aprender um idioma – na teoria

Quem gosta de respostas precisas vai gostar de ver o que o Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas tem a dizer sobre a questão. Como o próprio nome já sugere, ele é um referencial que foi criado no início dos anos 2000 para estabelecer um método de ensino de língua estrangeira, bem como de medição de competências linguísticas adquiridas em três formas de comunicação: oral (fala e interação), compreensiva (escuta e leitura) e escrita.

Ele considera que há seis níveis de aprendizado. Para cada dois desses níveis, há um nível de domínio do idioma. Essa divisão é mundialmente reconhecida. Além disso, é com base nela que cursos de idiomas e diversos materiais são estruturados, caso do Cacs Línguas, bem como dos livros utilizados pelo projeto. Muitos certificados de proficiência também têm seu sistema de avaliação baseado nesse referencial.

Para cada um desses níveis o quadro de referência estipulou tempos médios de aprendizagem.

Você vai notar que, até neste caso em que se tentou racionalizar o aprendizado de língua estrangeira, não foi possível dar respostas precisas. Há variações tanto no tempo total de aprendizado (de 2.820 horas a 3.300 horas) quanto no tempo para cada nível.

Além de ajudar a entender como é o processo de aprendizado de uma língua, o quadro, por ser um padrão aceito em todo o mundo, é uma ótima fonte para analisar as propostas de cursos de idiomas. É de se desconfiar daqueles cursos que vendem fórmulas mágicas e prometem fluência em poucos meses, por exemplo.

Quanto tempo leva para aprender um idioma – na prática

Se nem pesquisas científicas conseguiram estabelecer uma resposta única, imagina quando entram em jogo as variáveis da vida real? A sua língua materna, o conhecimento prévio de outras línguas e, naturalmente, a sua dedicação, interferem nessas horas citadas acima.

Sua língua materna

Falantes de português vão naturalmente ter mais facilidade de aprender aqueles idiomas que são “parentes” da sua língua materna. Ou seja, línguas latinas – espanhol, italiano e romeno (sim, a língua do Drácula!), que não sofreram influência de outras famílias. O francês também entra nessa lista, mas sua influência germânica pode torná-lo menos fácil para falantes de português na comparação com o espanhol e o italiano. De qualquer forma, o tempo de aprendizado tem chances de ser bem menos demorado.

As línguas germânicas – alemão, polonês e demais idiomas falados na Europa – apresentam grau de dificuldade médio para brasileiros. Apesar da origem diferente, elas ainda usam o mesmo alfabeto, o latino. Não vai ser rápido aprender, mas o tempo não vai se arrastar. O inglês, apesar de também ter origem germânica, apresenta um nível de dificuldade menor para brasileiros devido à presença massiva do idioma no cotidiano.

Já o russo, japonês, mandarim, árabe e demais línguas que utilizam um alfabeto diferente do latino apresentam grau de dificuldade altíssimo. Esses idiomas exigem o aprendizado não só de palavras diferentes, como também de sinais diferentes. Possivelmente vai se levar muito mais tempo para aprender estes idiomas.

Sua exposição à língua

Não adianta contar só com a carga horária em sala de aula para atingir o domínio de um idioma. Para desenvolver as competências de comunicação em uma língua estrangeira, o cérebro precisa internalizar e automatizar o uso das estruturas do outro idioma. Ao ampliar a sua exposição à língua em questão, você otimiza esse processo. Vale ouvir música, ler livros, ver filmes e séries sem legenda, acompanhar canais do YouTube, configurar o celular e o computador para o idioma que você está estudando. Tornar o idioma presente no seu cotidiano é um catalisador do aprendizado.

Sua motivação e dedicação

Esses são dois combustíveis essenciais para o alcance de qualquer meta na vida, não é mesmo? E note como as coisas estão interligadas. Usar o tempo extra-classe para ampliar a sua exposição à língua, como citado acima, é um bom exemplo de dedicação. A motivação durante as aulas também faz toda diferença: mais que comparecer, é importante estar atento, ser participativo.

Várias variáveis

Ainda há mais fatores que interferem no tempo de aprendizado de uma língua estrangeira. Se você já sabe outro idioma, vai ter mais facilidade para aprender os demais. Ter aptidão com a linguagem em geral também interfere. Algumas pessoas têm mais, outras têm menos, da mesma forma que elas têm níveis diferentes de aptidão para cálculos, esportes, arte e outras atividades. O método de ensino também tem influência direta. Uma abordagem mais comunicativa, com foco na contextualização da língua e que não admite de modo algum o uso do português em sala de aula, como ocorre nos cursos do Cacs Línguas, te coloca em um caminho mais eficiente para otimizar o seu aprendizado.

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