logo_cacs

Como surgem as palavras?

Com a evolução das redes sociais, as pessoas passaram a fazer um uso da língua muito diverso daquele determinado pela gramática (normativa) e pelos dicionários. São vários os casos de novas grafias que aparecem e se tornam populares graças à comunicação via mídias digitais. São termos como qdo, tbm, bj, cmg, ctz, além de emojis e reduções e corruptelas de palavras variadas visando um melhor fluxo de informação e rapidez na digitação.

Todos conhecemos situações em que é possível escrever uma mesma palavra de mais de uma maneira diferente, mas aí pensamos: se casa tem som de /z/, por que não posso escrever caza? Ou ainda, se “muito” tem uma nasal após o “ui“, por que falo de um jeito e escrevo de outro?

Mas por que isso acontece? É claro que há casos em que algumas pessoas desconhecem as regras ortográficas e gramaticais da língua que falam, mas, em parte, a evolução da língua está atrelada ao uso e desuso de palavras e expressões. Assim, as palavras vão entrando e saindo de uma língua com o passar do tempo, como também vão mudando sua grafia, de acordo com interesses diversos, vide nossa recente reforma “ortographica”…

Também ocorrem os fenômenos linguísticos diversos, sendo que alguns dos mais conhecidos são o neologismo, o estrangeirismo e o anglicismo. Neste processo, ainda vale trazer o multiculturalismo, que nesta era de globalização tem contribuído muito para a cunhagem de novas palavras e adoção de outras.

Um exemplo prático

Veja um caso interessante de neologismo: o verbo DELETAR significa ESQUECER, suprimir. Ou seja, ao deletar uma palavra ou um arquivo, você está determinando que seu celular ou computador esqueça aquele item. Neste caso, temos em DELETAR, um anglicismo, que é o uso de uma palavra de outra língua para um novo uso.

Assim, DELETAR, vem, a princípio, da necessidade do uso de um verbo para referência à supressão de um arquivo em linguagem informática, sendo que este verbo é originário do francês, que passou para o inglês como TO DELETE, que, por sua vez, vem de DELERE, em latim. Deletar, portanto, era um item lexical não muito utilizado na língua portuguesa falada no Brasil, sendo que seu primeiro registro data de 1975, de acordo com o professor Sérgio Rodrigues, em seu livro Viva a Língua Brasileira.

Além de multiculturalismo e neologismo, temos também o anglicismo, que é a palavra originária do idioma inglês, e o estrangeirismo, que é a adoção de palavras cunhadas originalmente em outros idiomas.

Essa mistureba é tão bacana pra quem aprende um novo idioma que uma grande porcentagem de cada língua vem de outra e, mesmo com o passar do tempo, continuam similares. Veja alguns exemplos:

Só para ver como isso funciona, estima-se que cerca de 30% das palavras da língua inglesa vieram do francês!

Dica para melhorar o ganho de vocabulário

Palavras

Dado que nossa língua portuguesa é originária do Latim vulgar (do Laccio, região da Itália) e que o latim é um dos principais fornecedores lexicais para as línguas europeias, para aprender um novo idioma, faça uso dessas informações para aumentar seu vocabulário e, assim, conhecer mais da língua que estuda.

Finalizando, um recurso bem interessante para ganhar vocabulário é o estudo dos afixos (sufixos e prefixos), que são morfemas (a menor unidade linguística que possui significado). Ao serem adicionados a outras palavras, eles respondem pela criação de uma infinidade de palavras na maioria das línguas. Eles determinam oposição, negação, repetição, reforço, qualidade, ausência e até podem fazer um verbo virar substantivo ou advérbio!

Em inglês, temos milhares de palavras criadas por afixação, ou seja, por prefixos ou sufixos. Vejamos alguns exemplos:

Prefixos Sufixos
Re Remake, replay, restart, reset -able Capable, comfortable, incredible
Over Overbook, overdose, overlap -action Interaction, fraction, attraction
Dis Disrespect, dislike, disfunction -less Fearless, motionless, senseless
Un Unfriendly, undo, uncover -ness Kindness, likeness, tenderness